rumo ao vento *
Meu querido,
Apenas te escrevo para fazer algo há muito esperado. Não tencionava tomar esta decisão, e acredita que não foi feita com ânimo leve. Arriscava-me até a afirmar que foi uma das piores decisões que tive de tomar, mas agora já é demasiado tarde para voltar atrás. E mesmo que as minhas forças ainda dessem para isso, eu não o faria.
Proporcionaste-me momentos maravilhosos, e é um facto que conhecer-te foi uma das melhores coisas que me aconteceu, fazes-me sentir-me demasiado bem! Contigo junto a mim, sei que serei feliz, sei que me irás fazer rir, que me irás amar da forma mais pura e natural que existe e agradeço-te no fundo do coração, mas é realmente preciso parar. Foste alguém que eu amei de verdade, mas que não posso deixar esse sentimento evoluir para dimensões que não consiga controlar.
Faço isto porque julgo que seja o melhor. Não por ser só o melhor para mim, pois creio que seja também o melhor para ti. Isto foi algo que pensaste fazer, eu sei que foi, mas que nunca tiveste coragem e agora eu tenho. Até ficava mais um pouco para ver como isto iria avançar, mas não posso. É algo que não posso pedir ao meu coração novamente. Não vou ficar, e agora aqui tens uma certeza.
Estimava que lutasses por mim, mas sei que não o vais fazer por razões óbvias. Tens demasiadas à tua espera, e até agora não lhes deste oportunidade porque eu estava aqui. Porém, vou sair e vais fazê-lo. Este foi um dos motivos que me ajudou a decidir o que fazer, são demasiadas para que possa lutar contra “elas” sozinha, será constantemente e eu não quero isso, não quando sou eu que precises que lutes por mim. E essas lutas dissipam toda a confiança que sinto por ti, caso ainda não tenhas percebido. Enfim, são apenas conselhos para a próxima que venha aí, pois eu já não estarei cá.
Por muito que tenha feito e ainda tente fazer, estamos a entrar na monotonia. Tento tirar-nos de lá, mas tu não me dás hipóteses. Foste tão bom há uns tempos atrás, contudo, neste momento já não tens certezas isso corroí-me por dentro. As nossas conversas são demasiado normais, enquanto com outras raparigas são tão belas e únicas (como as nossas já foram, um dia). E já não vão voltar a ser, tu sabes porquê e eu também o sei, apesar de querer fechar os olhos e fingir que ainda estás a decidir.
Basta lamentar o que foste e o que deverias ter sido, basta também acumular esperanças onde ambos sabemos que já não existem. Escrevi esta carta com uma finalidade e vou cumpri-la! Apesar de não ter vontade, e de ter receio mas tenho de concluí-la.
Peço desculpa por ter entrado assim na tua vida, não pedi permissão e virei-a do avesso. Mas o mesmo aconteceu comigo, entraste e apesar de ter gostado que tenhas entrado também a viraste do avesso. Ainda gostaria que me sussurrasses ao ouvido “ o melhor que aconteceu, foi tu entrares na minha vida” mas sejamos francos, isso não vai acontecer por duas razões: tu já não me irás dar esse tipo de carinho e eu já não farei parte da tua vida.
Gostei, acredita que gostei. E teria gostado mais ainda se deixasse isto avançar, mas não posso. Agora, somente me despeço de ti, de todo o teu corpo, dos teus lábios, mas principalmente do teu coração. Amo-te, mas acabou.
A rotina monótona é cansativa. Compreendo cada palavrinha do teu texto como se minha história se encaixasse como peças de puzzle perfeitas.
ResponderEliminarSe repararmos: quem nos faz realmente felizes é quem mais nos mete no fundo do poço - e até nós contribuímos para tal.
Por vezes, quando o coração pede e a mente atrapalha só temos de deixar partir aquilo que nos foi precioso em tempos.
Um grande obrigado pelo comentário e um mega beijinho *